A Kia vive seu momento mais delicado desde que chegou ao Brasil, em 2009. Ela é, segundo o próprio presidente, José Luiz Gandini, “uma das marcas mais prejudicadas pelas novas regras tarifárias de importação de automóveis impostas pelo governo”. De fato, nem o belo showroom da Kia – repleto de modelos recém-lançados e de design atraente, como os sedãs Optima e Cadenza – tem conseguido evitar uma queda brutal nas vendas. Durante a mais recente edição do Salão do Automóvel de São Paulo, ocasião em que o Cerato foi revelado ao público brasileiro, executivos da marca falavam numa retração de 46% no volume de vendas. Em outros tempos, a exibição pública e o anúncio da chegada da nova geração do Cerato seriam um acontecimento que deixaria toda a concorrência em estado de alerta. Entretanto, na cruel realidade atual, o lançamento corre sério risco de mal ser notado pelo consumidor, que estará ocupado fechando a compra de concorrentes com relação custo-benefício mais interessante.
Diferentemente da geração anterior, a nova conta com um motor flex, o mesmo do Soul, com 128/122 cv de potência. O câmbio também é compartilhado com o Soul, uma caixa automática com conversor de torque e opção de trocas sequenciais pela alavanca – as borboletas no volante, iguais às do atual Cerato, ainda não estão confirmadas na nova geração. Aliás, a Kia assegura a chegada do modelo 2013 à rede para o fim de março, mas alega ainda não ter definido o pacote de equipamentos de série opcionais.
Sem informação oficial, fomos a campo para saber mais sobre a novidade. Ligamos para um concessionária em São Paulo e o gerente de vendas arriscou o palpite: “O preço deve ficar entre 70.000 e 80.000 reais”.
A nova geração mostrou um pouco mais fôlego que a atual, cujo motor 1.6 é alimentado exclusivamente com gasolina. Na média, o modelo 2013 obteve números de aceleração e retomada 3% das melhores que o 2012.
O novo Cerato é gêmeo do Elantra, exceto pelo motor – o Hyundai utiliza um 1.8 a gasolina de 148 cv e custa 86.000 reais, completo. O acerto de suspensão, não por acaso, também é bem parecido, mais voltado para o conforto.
Na cabine, o painel de desenho óbvio ganhou contornos mais elaborados, com curvas e volumes na região em que se funde com o console central. O quadro de instrumentos lembra a distribuição típica dos Volkswagen, com a tela do computador de bordo separando dois círculos, um conta-giros e termômetro de motor e o outro com velocímetro e marcador de nível de combustível.
Muitos detalhes de equipamento ainda serão acertados, mas é provável que ele venha com faróis e lanternas com leds, itens que podem aproximar o Cerato de seus irmãos mais nobres.
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